RADIOATIVIDADE: Uma fronteira entre o bem e o mal

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O tema radioatividade além de ser complexo é também muito polêmico. Sua importância e suas diversas aplicações em nosso dia-a-dia vão de contra aos medos daqueles que ao menos já ouviram falar dos acidentes causados por este, como o de Goiânia que matou muitos dos que tiveram contato direto com o material e deixou sérias conseqüências em outros onde o contato se deu indiretamente, mas vale lembrar que esses acidentes foram causados pelo mau manuseio de quem pouco ou nada conhecia o que estava em suas mãos.
Alguns países teriam grandes prejuízos se materiais radioativos fossem tirados de circulação já que este lhe serve como fonte de energia, com certeza perderíamos muitos benefícios conquistados ao longo do tempo.

Histórico da Radioatividade

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A radioatividade foi descoberta pela construção do tubo de raios catódicos (De eletrons).
Essa descoberta se deu acidentalmente, em 1896, por Becquerel que descobriu a radioatividade natural, ao analisar o sulfato duplo de potássio e uranila: K2(UO2)(SO4)2.
Já no ano de 1898, Marie Curie e seu marido Pierre, conseguiram identificar o urânio, o Polônio (que é 400x mais radioativo que o urânio) e logo depois veio o rádio (que ainda chega a ser 900x mais radioativo que o urânio).
Entre 1898 e 1900, Ernst Rutherford e Paul Villard, utilizando um dispositivo descobriram pelo comportamento frente às placas carregadas, que a emissão das substâncias radioativas por natureza poderiam ser de três tipos:
Radiação Alfa, Radiação beta e Radiação Gama.

Tipos da radioatividade

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· Radioatividade natural: é aquela que se manifesta nos elementos radioativos e nos isótopos (átomos com o mesmo valor atômico) que se encontram na natureza e poluem o meio ambiente. Ex: a luz solar.

· Radioatividade artificial: é aquela que é provocada por transformações nucleares artificiais, produzida pelo homem. Ex: a bomba atômica.


Natureza das radiações

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· Radiações alfa: São partículas constituídas por dois prótons e dois nêutrons. Apresentam velocidade de aproximadamente 20000 km/s, possuem grande energia, mas tem baixo poder de penetração, sendo barradas por uma folha de papel ou por uma lâmina de alumínio.
· Radiação beta: São partículas de elétrons acelerados emitidos pelo núcleo. Admite-se que as partículas betas sejam formadas a partir da decomposição de nêutrons instáveis. Apresentam velocidade de até 30000 km/s, possuem grande poder de penetração, sendo barradas por placas de chumbo.
· Radiação gama: São ondas eletromagnéticas de pequeno comprimento de onda, que normalmente acompanham as radiações alfa e beta; possuem um enorme poder de penetração, superior até 15 cm de espessura no aço.

Propriedades das radiações

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. Efeitos térmicos: As emissões radiativas liberam uma quantidade razoável de energia. Um grama de rádio libera cerca de 138 cal/h.

. Efeitos químicos: Muitas reações químicas são induzidas pela radioatividade.

. Efeitos luminosos: Grande parte dos elementos radioativos é fluorescente. Esta propriedade é muito usada na fabricação de números e ponteiros para relógios.

. Efeitos elétricos: As radiações, principalmente as partículas alfa ionizam os gases tornando-os condutores de eletricidade.

. Efeitos fisiológicos: As radiações, principalmente gama, podem provocar queimaduras e ulcerações na pele, distúrbios ao metabolismo celular, mudanças no código genético, câncer ou morte instantânea a depender da intensidade da radiação e do tempo de exposição.

Aplicações da Radioatividade

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Sem perceber convivemos dia-a-dia com a radioatividade, seja através de fontes naturais de radiação ou pelas fontes artificiais, criadas pelo próprio homem. A radioatividade está na luz solar, nos raios cósmicos que vêm do espaço, na areia da praia, na louça doméstica, na televisão quando está ligada, na medicina e até mesmo nos alimentos que consumimos.
A partir da descoberta da radioatividade a ciência moderna percebeu que inúmeros usos e aplicações poderiam ser criados. O uso mais importante é na produção de energia elétrica através das usinas nucleares. Mas também existem várias outras formas de fazer uso desse fenômeno:


NA INDÚSTRIA:

É utilizada no controle de produção, no controle do desgaste de materiais, na determinação de vazamentos em canalizações e oleodutos, em radiografias de tubos, lajes, entre outros, para detectar trincas, falhas ou corrosões, etc.


NA MEDICINA:

No tratamento de tumores e diversas doenças da pele e dos tecidos em geral, como por exemplo, o tratamento do câncer através da radioterapia, alterações genéticas, esterilização de materiais médicos, aparelhos médicos como o raios-X, etc.
Também é utilizada no mapeamento de orgãos (Medicina nuclear).


NA AGRICULTURA:

Alimentos como frutas, carnes, peixes, cereais e especiarias são submetidos a radiações para a eliminação de larvas, fungos e bactérias e para evitar que estraguem mais rápido quando transportados para lugares distantes, extermínio de insetos nocivos à agricultura, etc. Sem riscos para saúde.


NA GEOLOGIA E ARQUEOLOGIA:

Detecção de rochas e fósseis, principalmente pelo C14.


NA QUÍMICA:

Em traçadores para análise de reações químicas e bioquímicas em eletrônica, ciência espacial, geologia, medicina, etc.

O lado útil e o lado destrutivo da radioatividade

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A radioatividade é vista por muitos como a radioatividade que deixa seqüelas em alguém por ser capaz de emitir poderosas radiações. Mas, o que muitos não sabem é que se usada de forma controlada pode salvar a vida de milhares de pessoas. Ou seja, quando utilizada de forma correta, a radioatividade pode trazer inúmeros benefícios para o homem,caso contrário, malefícios.